A reação a Arthur Lira no Planalto durante a sanção do projeto que zera o Imposto de Renda para quem recebe até cinco mil reais ocorreu enquanto ele busca vaga no Senado por Alagoas contra Renan Calheiros e ampliou o desconforto entre líderes do Legislativo ao receber aplausos e espaço no evento.

A ausência de Hugo Motta e Davi Alcolumbre reforçou a percepção de que a cena fortaleceu Lira no diálogo com o Executivo. Integrantes do governo avaliaram que a participação dele expôs o distanciamento dos atuais presidentes das Casas e aumentou o mal-estar interno.

Interlocutores de Alcolumbre relataram preocupação com o protagonismo conquistado por Lira. A possibilidade de o ex-presidente da Câmara disputar o comando do Congresso caso seja eleito senador elevou a irritação, principalmente diante da pressão pela pauta da anistia.

No Senado, a escolha de Renan Calheiros para relatar o tema do IR após a movimentação na Câmara foi interpretada como reação ao avanço de Lira. O gesto só fez reforçar o incômodo de Alcolumbre, que tenta consolidar apoio para permanecer à frente do Congresso em 2027.

Na Câmara, o desconforto cresceu após Lira ser acionado durante impasse provocado pela oposição no plenário. O episódio expôs fragilidade de Hugo Motta e alimentou especulações sobre os planos de Lira, que negou interesse em retornar ao comando da Casa e afirmou focar o Senado.